TÍTULO: Oldboy (Oldboy), Coreia do Sul, 2003, 120 min.
ELENCO: Choi Min-sik, Yoo Ji-tae, Kang Hye-jeong, Ji Dae-han, Oh Dal-su, Kim Byeong-ok, Lee Seung-Shin, Yun Jin-seo, Lee Dae-yeon, Oh Kwang-rok, Oh Tae-kyung.
DIREÇÃO: Chanwook Park.ROTEIRO: Jo-yun Hwang, Chun-hyeong Lim.
GÊNERO: Drama/Suspense.
Oldboy tem tudo que um grande filme necessita. Trama bem bolada, elenco bem escolhido e uma das reviravoltas mais perturbadoras da história. E, para ficar melhor, o filme é sul-coreano. Viu só? O filme não precisa ser feito apenas em Holywood para ficar bom. Oldboy mostra isso da melhor maneira possível.
O personagem principal da trama, Oh Dae-Su, é “preso” misteriosamente sem saber o motivo da punição. Ao longo de quinze anos, Oh Dae-Su passa sua vida trancado num quarto, esmurrando um desenho na parede, comendo bolinhos, vendo televisão. Muito próximo da loucura, Dae-Su é solto.
Depois de poucos dias livre, o personagem recebe uma ligação misteriosa. Ali é lançado um desafio. Oh Dae-Su tem de descobrir o motivo de sua prisão em cinco dias, ou uma simpática moça que conheceu em um restaurante será morta. Ao lado dela, nosso personagem vai atrás de vingança a quem o aprisionou.
Oldboy é uma verdadeira obra que tem a violência de Tarantino e um suspense que levantaria um sorriso em Alfred Hitckock. Li essa frase em outro lugar- mais especificamente na critica de Érico Borgo- mas reproduzo-a aqui, pois define muito bem a obra do diretor sul-coreano Park Chanwook. Assim como V de Vingança e O Conde de Monte Cristo, Oldboy é um dos melhores filmes de vingança já feitos. Filmes de vingança comuns são aqueles em que o personagem principal é um “lobo solitário”, e que sua vingança é sair dando porrada em tudo e todos. Alguns bons filmes de vingança são assim. Mas, nesses casos, o diretor sabe usar esses elementos e brinca com o público desse modo. Oldboy e V de Vingança tem muita pancadaria e são filme excelentes. Já em O Conde de Monte Cristo, Edmond Dantes (Jim Caviezel) vai descobrindo tudo aos poucos e no longo quase não se vê luta. E o filme também ficou bom. Então, acho que há dois modos de fazer filmes nesse gênero. Independente disso, os três diretores fizeram que os filmes ficassem ótimos. E é isso que importa.
Já sobre o personagem solitário, é uma trama que quase ninguém consegue fugir. Chanwook não foi muito diferente. Mas ele inovou. E ser inovador é umas das principais armas hoje em dia. Porém, poucos conseguem manejá-la com facilidade. O sul-coreano mostra o caminho.
A trama se desenrola vagarosamente- sem nenhum problema, que se fique claro- e, como dito acima, o diretor brinca com o espectador da melhor maneira possível, dando pequenas pistas do mistério ao longo da trama. Porém, como ninguém é perfeito, no penúltimo quarto do filme Chanwook perde a trama com uma sucessão cansativa de flashbacks, colocando em cheque todo um longo trabalho de duas horas.
Mas a passagem fica esquecida e é relevada quando se chega na última parte do filme. Nesse momento vemos toda a qualidade da obra. A reviravolta e as cenas de violência deixam o cérebro de quem olha atordoado. Nesse última parte, com intensidade com que o fim vem se aproximando, saltei da poltrona. Assisti os últimos minutos em pé.
As atuações dispensam comentários. Choi Min-sik (Oh Dae-Su) dá um banho de atuação. Passa por inúmeras situações e não perde a linha. Aquele sorriso, no começo do filme, é, ao mesmo tempo, engraçado e sombrio poucos atores conseguem passar duas emoções ao mesmo tempo.
O filme mostra vários assuntos, como hipnose, vingança, violência, humanidade e sexo da melhor forma. Colocando questões morais em jogo, Oldboy se torna o melhor que a Ásia pode oferecer.
Categoria: IncrívelNota: 9,5
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