
ROTEIRO: Quentin Tarantino.
ELENCO: Brad Pitt, Chrisopher Waltz, Mélanie Laurent, Eli Roth.
PRODUÇÃO: Lawrence Bender.
DURAÇÃO: 153 min.
ANO: 2009.
PAÍS: EUA/Alemanha.
GÊNERO: Ação.
Quentin Tarantino começou a produção desse filme em 1998, mas devido um confronto criativo e por causa disso não conseguiu terminar o roteiro. Porém, após se empenhar para terminar o que havia começado, ele começou a filmar em 2008 essa verdadeira obra-prima.
A trama de Bastardos Inglórios se passa na Segunda Guerra, ótima fonte para quem quer fazer uma bela história (O Pianista, Desejo e Reparação e inúmeros outros filmes são um belo exemplo). Shosanna Deyfrus vê o assassinato de sua família por um oficial alemão, Hans Landa (Christopher Waltz, impecável), que ganhou o apelido de "Caçador de Judeus" por sua qualidade em encontrar o povo que foi massacrado. Enquanto isso ocorre, nos EUA, Aldo Raine (Brad Pitt, em sua melhor forma) junta um pequeno grupo de soldados para ir à Alemanha executar todos os nazistas que puderem. "Os Bastardos", alcunha do grupo de Aldo, se juntam com a atriz Bridget Von Hammersmark em uma operação para acabar com o governo de Hitler. E é aí que os destinos de judia Shosanna e dos Bastardos se cruzam.
Tarantino é uma enciclopédia cinematográfica. Acho que é o cara que melhor consegue colocar nas telonas todo seu aprendizado vindo de filmes passados (que vão desde filmes de máfias italianos a filmes de westerns norte-americanos ou a filmes de samurais japoneses). Já havia feito isso com muito sucesso em Kill Bill e repetiu no filme em questão. Mostra que além de ótimo diretor, é um amante da sétima arte.
O elenco está todo magnífico. Todos, todos os atores mesmo mostram uma desenvoltura impressionante. Porém, devo destacar o trabalho de Brad Pitt, como Aldo, "o Apache", o de Mélanie Laurent, como Shosanna, e o de Christopher Waltz, como Hans Landa. O último, inclusive, ganhou o Oscar de melhor ator coadjuvante.
O roteiro é muito bom. Quentin Tarantino é um dos melhores roteiristas que temos hoje. A questão de ele "meter a mão na história da Segunda Guerra" não afeta em nada o filme. Aliás, é compreensível e posso até dizer que é um ponto importante na história. E sabemos que ele gosta de fazer esse tipo de coisa, fez em "Django Livre" recentemente. A introdução que vemos no filme, o diálogo de Landa com o produtor de leite, que dura quase meia-hora, é simplesmente de deixar o queixo cair. Isso é uma escola tarantinesca, que podemos ver em vários filmes. Seus personagens com vontade de falar e seus diálogos interessantes. Em Kill Bill- Volume II, nas últimas cenas Bill tem uma longa conversa com a Noiva. Belo diálogo, mas uma parte me chamou atenção. Bill conta a sua interlocutora o motivo de seu personagem preferido nas HQs ser o Super-Man. Em Bastardos Inglórios, Landa conta ao fazendeiro o motivo- ou a falta dele- porque os alemães odeiam os judeus, fazendo um discurso usando como exemplos ratos e esquilos. É maravilhoso. Essa veia artística de Tarantino é ótima e fica exposta em cenas como essa. É esse o tipo de pensamento que faz dele um diretor de qualidade incontestável.
Mélanie Laurent mostra muita qualidade na atuação.
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